Épico e aquático – Uma nova aventura

Ezequias tem uma nova missão para os Desafiantes de Yuvalin e algo totalmente diferente e, provavelmente, perigoso está diante de Helga.


Ezequias disse que sabia o que estava fazendo nos enviando para o leilão, já tirando uma carta de crédito em branco da gaveta e colocando em minhas mãos. Estremeci igual a um bambu movido pelo vento. Ainda perguntei se ele tinha certeza do que estava fazendo. Ele respondeu que confiava na nossa capacidade de negociação.

Agradeci a confiança e disse que essa missão seria uma questão de honra. E de honra, eu agora estava um pouco mais por dentro. Só precisávamos planejar toda a viagem. O que demandou uma grande negociação entre os Desafiantes de Yuvalin, porque alguns queriam passar pela Supremacia Purista. Fora de cogitação!

Ezequias sugeriu descermos até Selentine, porque teria um comerciante da cidade que nos daria uma carona pelo rio. Dali, partiríamos para Valkaria e, de lá, para Wynlla e, pelo mar, chegaríamos a Aslothia. Eu gostei muito da ideia, porque teríamos bastante água pelo caminho e seria menos fácil sermos abatidos no caminho.

A discussão era sobre como sair de Yuvalin e chegar a Aslavi

A namorada do Kroll… digo, Leah, barbaramente rasgou o mapa que Ezequias tinha colocado sobre a mesa, de Aslothia até os Ermos Púrpuras, alegando que estariam perto de casa. Mas esse era um caminho que seria maior.

Finalmente, consegui convencer a equipe a fazer o trajeto mais rápido e menos perigoso, que também foi o que o Ezequias sugeriu. A leoa parecia que ia me comer com os olhos, mas eu estava serena e decidida. Ela também quase quebrou o braço bom do inventor – não fiquei desesperada por isso.

Stefan queria passar pela Supremacia Purista para saber mais sobre o seu passado e ir até à Caverna do Saber, dedicada a Tanna-Toh (Deusa do Conhecimento). Entretanto, decidimos ir pelo caminho mais rápido e voltarmos, talvez, por onde fosse mais interessante. Inclusive, atender o desejo dos bárbaros de fazer um favor ao mundo eliminando alguns puristas.

Depois de roteiro resolvido, precisava dar a notícia a quem dividia a vida comigo. Saí da Guilda direto para a Kanpeki, para conversar com o Goro. Edward também tinha algo a tratar com ele e, então, seguimos juntos até a loja.

Eu não gosto de atrapalhar o serviço do Goro, mas não poderia deixar para depois, então, o chamei para seu escritório. Quando falei sobre a viagem a Aslothia, ele arregalou os olhos de espanto, pois era nada mais e nada menos que a terra dos mortos. Expliquei que era uma missão do Ezequias e me comprometi a escrever para ele sempre que conseguisse.

Meu coração estava dolorido. Porque eu estaria longe não só do Goro, mas da Noah também. Sim! Ela deveria ganhar os filhotinhos nos próximos dias e o próprio Goro falou que seria um risco para ela e para nós seguir viagem assim. Mais uma vez, ele me desejou boa sorte e pediu que eu apenas retornasse para ele.

Me abraçou, me beijou e eu já quase vertia lágrimas. Desde que começamos a namorar e eu passei a ficar mais tempo em sua companhia, sabia que chegaria o momento em que precisaria ir para mais longe e para uma aventura mais perigosa. Mas era uma separação que eu confesso não estar preparada.

“Que Lin-Wu te acompanhe! E Allihanna nunca te deixe!”, Goro me disse. Também prometi trazer souvenirs para ele. Coitado do Edward pediu a um Goro triste marcar suas costas com o símbolo de mais três deuses. Fiquei na oficina até o final do expediente e fomos para casa – já que a viagem seria no dia seguinte.

Foi uma despedida doce, cheia de carinho e urgência. Jantamos juntos, à meia luz. Conversei com a Noah sobre o que aconteceria no dia seguinte e que ela ficaria em casa para ter um parto tranquilo. Ela não queria desgrudar de mim um instante, mas sossegou depois que Goro e eu fizemos carinho nela até que ela adormecesse.

Já nós dois… bom, também fizemos carinho um no outro até dormir. Acho que foi a nossa melhor noite juntos. Era tanto amor que não cabia na gente! Só queríamos que o tempo parasse e pudéssemos permanecer para sempre naquele momento.

Mas o dia da partida chegou e, para não se sentir tão sozinha, Noah foi fazer companhia a Goro na Kanpeki. Seria bom, disse ele, para que eu estivesse sempre nas suas lembranças. Como meu trajeto era para o outro lado da cidade, me despedi, finalmente, deles, na porta de casa. Aquele abraço que, acho, durou muitos minutos.

Devo ter regado várias plantas no caminho para o Porto Vahrim, onde encontrei os Desafiantes de Yuvalin. Nossa carona era um tal de Vitrúvio, um golem de vidro muito engraçado, ou metido a piadista. Informamos que éramos os enviados de Ezequias. Entrei no navio e deixei as minhas coisas em uma cabine, porém, pretendia passar parte da viagem na água. Descer o Rio Panteão seria um grande prazer.

Logo nas primeiras horas de viagem, Joseph resolveu cantar no convés e os marujos o acompanhavam. Enquanto isso, eu estava na água, brincando e cantando com os peixes, mas era muito mais uma respiração deles me acompanhando do que cantando propriamente dito.

Para minha tristeza (e raiva), o inventor quis testar como seria me chamar para o navio, em caso de necessidade. Então, ele atirou para o alto, fazendo um estrondo e espantando todos os animais. Eu pulei para o barco e dei um tapa na cara dele. O Stefan sabe ser bem insuportável!

No entanto, ele não foi o único insuportável. Toshinori e eu travamos algumas ofensas sobre a forma como ele acreditava que deveria me chamar. A tripulação achou que ia sair briga de verdade. Por fim, pedi que fossem mais criteriosos quando fossem me chamar. Assim, voltei para a água. Como sereia e não peixe, precisava retornar ao navio volta e meia para restabelecer minha temperatura corporal, me alimentar e tudo o mais humano que eu deveria fazer. Até porque as águas do Rio Panteão são extremamente geladas.

Viagem pelo Rio Panteão

Em uma das vezes que estava no convés, avistamos a Fortaleza de Destrukto, uma paisagem bem tamuraniana. Enquanto o capitão do navio discorria sobre a história da Fortaleza e falava sobre o sumo-sacerdote do antigo Deus da Guerra, meus pensamentos foram longe. Me recordei de sua filha, a sumo-sacerdotisa de Allihanna, que dispunha de algo que eu realmente almejava, como líder e aventureira.

Fiquei bastante tempo pensando sobre isso. Um artefato criado pela própria Deusa que concede algumas bênçãos especiais. Lisandra da Galrasia, porém, não é apenas a arquidruida suprema de Allihanna — é a mais poderosa entre todos os sumo-sacerdotes. Ela merece ter a Coroa de Allihanna. Por que eu mereceria ter?

O Rio Panteão naquela altura já é bem largo e o pôr do sol, apesar de gélido, foi impressionante. Aquela tarde e início de noite era um culto à minha deusa e celebrei a beleza do mundo natural e o encontro de Allihanna com Oceano. A natureza é o maior altar para cultuá-la. Entreguei nossa missão em suas mãos, louvando sua bondade em todos os momentos comigo ao longo da minha vida.

Mais tarde, tive algum tempo para ir aos meus aposentos e escrever. Escrevi no meu diário e também uma carta para Silena e outra para Goro. Não cheguei a concluir a carta para meu namorado, pois um estrondo muito forte sacudiu todo o barco.


Assista ao vídeo sobre essa parte da história no canal do Qual é a do RPG?https://youtu.be/D1K2TGdVNww e https://youtu.be/uqVwn0GmeYc

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Até breve!

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Épico e aquático – Notícias da família

Os Desafiantes de Yuvalin retornaram das férias e há muito o que conversar. Confira o relato da sereia druida Helga Iris deste encontro e todas as novidades dos amigos.


Nos encontramos, finalmente, na taverna Foice e Martelo para matar a saudade e saber sobre as novidades. Edward e Toshinori tinham acabado de chegar de viagem e, para nossa grande surpresa, Ed usava um tapa-olho sobre onde o olho esquerdo deveria estar.

Toshinori usava um manto do fascínio quando chegou, falando que a bênção dos deuses estava sobre nós. Stefan, que eu estava preocupada com relação aos efeitos que a traição de Ràthania lançaram sobre ele, estava entretido e fascinado com a primeira edição do jornal do Joseph, o Meia-Hora de Yuvalin.

Minha preocupação era que o Kroll não estava conosco ainda, porque, da última vez que chegamos das “férias” e alguém não estava, o que veio a seguir foi caótico. Mas o pensamento foi rapidamente afastado quando o paladino, me vendo em trajes e postura tamuranianos, se dirigiu a mim com um sotaque e cumprimentos comuns no Império de Jade.

Foice e Martelo, a taverna dos trabalhadores

Toshinori comentou que eu devia estar mais próxima de Goro agora então e eu confirmei, mas não apenas dele, mais próxima de mim mesma, de quem eu sou. Falei que passei um tempo estudando e me conhecendo, ainda ofereci um saquê. Ele quis misturar o saquê com a cerveja, o que não deu muito certo.

Então, perguntei para eles como foram os últimos três meses para cada um. Toshinori falou que ele e Edward conseguiram a bênção de mais três deuses na última viagem deles e que o olho perdido de Ed era um detalhe sem tanta importância diante de tudo o que conquistaram.

Enquanto falávamos sobre as aventuras e desventuras do nobre e do paladino, a porta da taverna se abriu para a passagem do nosso bárbaro. Mas ele não estava sozinho. Logo atrás dele entrou uma moreau leão. Era tudo o que a gente precisava! Com certeza!

A entrada deles silenciou a taverna. Todos olhavam para as criaturas imponentes que adentravam. Menos Joseph que, desde que chegamos, não parava de escrever e reclamar com seu funcionário do jornal chamado Phillip. Ele apenas se dignou a levantar os olhos e cumprimentar a estranha como “namorada do Kroll” e, depois, retomou suas tarefas de dono do jornal.

Eu fiquei atônita. Como? Ela também pareceu não gostar da ideia de receber aquele título e fechou a cara se aproximando do bardo. Já o Kroll só deu um “oi” para nós. Eu, chocada como estava, que achava ter passado por coisas bem diferentes nas minhas férias, agora percebia que meus dias foram os mais normais de todos. Que novidades eram todas essas?!

O crocodilo parecia mais assustado por me ver do que eu por vê-lo ao lado da leoa. Só porque eu estava vestindo o kimono, prendi meus cabelos em coque e tinha passado uma daquelas maquiagens tamuranianas, nada de mais. Ele disse que eu estava diferente e, bom, é o que acontece quando se passa mais tempo com as pessoas. A gente capta alguns modos delas. Foi o que aconteceu nesses três meses comigo. Expliquei o que tinha feito nas minhas férias, porque, de repente, todos estavam curiosos com a minha nova fisionomia e postura.

Mas, caramba! O Kroll arranjou uma leoa! E o Toshinori caiu no chão quando a leoa meio que empurrou o paladino ao sentar no banco. Ele contou que ela, a Leah, era uma amiga antiga e que trouxe a notícia de que seu pai tinha morrido. Bom, foi o Joseph quem deu o spoiler, o que deixou o crocodilo com raiva do bardo.

Fiquei triste pelo bárbaro. Uma notícia difícil de receber, sem dúvida. Não consigo nem me imaginar recebendo a notícia do falecimento de Silena ou Agenor, nem quero pensar nisso! Mesmo que eles nem sejam meus pais de sangue.

Leah e Kroll

Stefan, até agora, tinha falado bem pouco. Toshinori o abraçou e isso me preocupou mais do que qualquer coisa. O inventor estava bem menos abatido do que quando o vi pela última vez, trabalhando na oficina do Drrrun enquanto eu passeava com Noah há algumas semanas.

Foi então que, finalmente, o kliren começou a abrir o jogo quanto ao que aconteceu nos últimos meses. Se exibindo, como sempre, o que me fez perceber que ele estava bem, ele contou sobre ter consertado o K e adicionado uma pitada de Stefan ao golem, seja lá o que isso signifique. Também contou sobre suas novas engenhocas no braço de metal e seus óculos estranhos.

Leah estava curiosa com relação à nova aparência de Edward e quis informações sobre o que tinha acontecido. Ed contou sobre sua desventura ao trocar seu olho esquerdo pela liberdade de seus companheiros quando caiu em uma emboscada de uma bruxa. Eu também fiquei curiosa sobre o que tinha acontecido na viagem deles a Ahlen.

Já o paladino nos surpreendeu a todos quando disse que sentiu falta de Stefan por ter que conviver durante a viagem com uma criatura que o fez quebrar seus votos ao mentir. Realmente, sentir falta do Stefan é algo anormal, mas compreensível nesse caso. Toshinori me mostrou seu novo manto e que ele o ajudaria a, junto comigo, cuidar dos ferimentos das pessoas e curá-las quando necessário. Eu era toda gratidão!

Expliquei a todos que eu tinha pensado em desistir depois da nossa última aventura e minha decisão de ir aprender a sabedoria dos mestres de Tamu-ra em um lugar menos distante, ali em Nitamu-ra. Falei que eu estava disposta a ser uma líder melhor, que passei um tempo especial ao lado de Goro e trabalhando com Ezequias na Guilda. Também contei sobre a Noah que está esperando filhotinhos.

O inventor também falou sobre sua viagem a Tahafett (estremeci com essa menção) e como o Drrrun retornou de sua viagem a Rhond trazendo alguma novidade que ele queria contar para nós junto de Ezequias. Devia ser algo deveras importante! Marcamos de nos encontrarmos na Guilda dos Mineradores no dia seguinte..

Foi uma festa toda essa conversaria. Muitas novidades! E aproveitamos bem a noite na companhia uns dos outros. Finalmente, Joseph parou de escrever e o tal Phillip saiu correndo da taverna. Mas volta e meia o bardo ia procurar o Stalin, seu marido, eu acho. Toshinori, Kroll e Leah derramaram os canecos, para variar. Já tarde da noite, nos despedimos e voltei para casa para descansar com Goro e Noah.

No dia seguinte, éramos, mais uma vez, uma família feliz passeando pela cidade. Me despedi do Goro na porta da Kanpeki e segui para a Guilda com a Noah, onde nos encontramos com todos, inclusive com um K reformado. Fiquei realmente feliz por vê-lo consertado. Stefan foi bem útil para ele, afinal.

Ao entrarmos na sala do Ezequias, nos deparamos com ele, Drrrun e o terceiro braço do chefe – o Jimmy. Edward ficou estarrecido com o braço grotesco, que foi um acidente no laboratório, lidando com matéria vermelha. Foi uma conversa até meio fofa entre os dois amigos: Ezequias e Edward.

E, então, Ezequias entregou ao Edward um baú, uma caixa onde estava um espólio que era uma espada misturada com matéria vermelha – GROTESCO – e uma carta. A CARTA que devia contar sobre o paradeiro do meu pai. Eu acho que arregalei os olhos e meu coração acelerou. A Noah até começou a se enroscar nas minhas pernas. Não prestei mais atenção nas conversas até que Edward começou a ler a carta em voz alta.

A carta

Agradeci trêmula quando Edward me entregou a parte que contava sobre o meu pai: Sir Anthony Starkey, o Cavaleiro das Rosas, galanteador que portava uma espada bastarda de matéria vermelha como herança de família, serviu a Sir Lohrin Starkey e à família Lazam em Hongari. Seu paradeiro era desconhecido, mas fora visto uma última vez em Deheon em companhia de uma mulher muito bela.

Meu ouvido zumbiu por alguns minutos até que ouvi Drrrun dizer que Ràthania foi vista em Rhond e que um leiloeiro abriu passagem para ela em Aslavi, Aslothia. Aparentemente, aquilo que ela nos roubou seria leiloado lá e nós, é claro, traríamos a ferramenta artefato de volta a Yuvalin sã e salva – de acordo com Ezequias.


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Épico e aquático – Em busca de honra – Parte 2

Helga decidiu passar suas férias aprendendo a ser uma líder melhor, mas também quer passar um tempo a mais com Goro e Noah, como uma família. Largar tudo e viver isso para sempre é algo realmente tentador para ela.


Qual não foi a minha surpresa quando encontrei Ezequias Heldret, meu chefe, na Guilda dos Mineradores, com um largo sorriso no rosto, trabalhando como um louco com seus três braços. Sim! Além dos olhos vermelhos e dos dedos das mãos maiores que o normal, ele tinha um terceiro braço saindo das suas costas.

Ele percebeu que eu estava olhando e me disse que estava sendo de grande ajuda, só escondia porque nem todos aceitariam tão facilmente algo tão… aberrante. Me contou também, já puxando com seu terceiro braço um envelope, que a carta do pai do Edward tinha chegado. Eu gelei!

Mesmo com muita insistência de Ezequias pela sua curiosidade, eu disse que jamais poderia abrir a carta. Ela era destinada a Edward e não a mim. Então, finalmente, ele guardou a carta em uma gaveta e eu fui direto ao assunto.

Expliquei que me sentia uma péssima líder depois de tudo o que aconteceu e que queria ajuda dele para me transportar até Nitamu-ra. Ele disse que seria um pouco difícil encontrar um mago com esse poder, mas que ia mandar chamar um que ele conhecia em Rhond. Levaria mais ou menos uma semana para que o seu mensageiro alcançasse o mago e ele chegasse a Yuvalin.

Agradeci imensamente a disponibilidade de Ezequias e também me coloquei à disposição dele para ajudá-lo, já que ficaria na cidade pelo menos mais uma semana. Então, combinamos que eu o ajudaria em algumas tarefas simples durante aquela semana e eu poderia aproveitar meu tempo também com Goro e Noah juntos.

Ah como eu me sentia feliz e despreocupada naqueles dias! Sentia, é claro, que faltava um pouco de aventura. Era estranho ter tanta paz assim. Não vivia isso desde que deixei Villent.

Mais ou menos na hora do almoço, corri até a loja para contar a Goro sobre o combinado com Ezequias. Ele ficou radiante por saber que estaríamos juntos alguns dias mais. Fomos almoçar juntos e, ainda, brincamos um pouco com a Noah em uma praça antes de voltarmos ao trabalho.

Ao retornar à noite para casa, o pensamento de que eu poderia abandonar tudo para viver assim para sempre tentou me dominar de novo. Passei o dia em expectativa para encontrar meu namorado em sua casa aconchegante, conversarmos, jantarmos, brincarmos e dormirmos juntos. Seu carinho e aconchego, nossos momentos de intimidade. Tudo isso era bom demais.

Por ele, é claro que seria assim. Eu sei que ele tinha medo de eu sair em uma aventura e não retornar. Quanto mais tempo passávamos juntos, mais eu tinha esse medo também. Mas eu decidi afastar os pensamentos que me deixavam ansiosa com o futuro e viver cada segundo dessa vida.

A casa começou a ter um pouco mais de mim. Em um determinado momento, Goro olhou para a sala e ficou preocupado se teria espaço para nós além das plantas. Eu disse que nem eram tantas assim, mas tentei maneirar. Afinal, a casa era dele e não minha. E outra: quem cuidaria de Astrid, Julie, Sylvie, Josephine e Vix na minha ausência? Antes de viajar, levei-as para o Distrito do Carvão, para que elas vivessem sua liberdade em plenitude. E sobrevivessem sem mim.

Casa do Goro com Astrid, Julie, Sylvie, Josephine, Vix e suas crias

Finalmente, chegou o dia da viagem. Do mesmo jeito que fizemos na semana anterior, Goro apoiou sua testa na minha, segurou minhas mãos e disse que eu sempre teria um lar para retornar. Nos beijamos longamente e saímos com Noah animada à frente, como uma família feliz.

Na Guilda, encontrei um elfo bem idoso, com uma barba branca, robes, chapéu e um cajado. Ele perguntou se era eu a menina, ao que Ezequias respondeu para o senhor Nicodemus que eu era uma mulher e não uma menina. Ele se apresentou e me perguntou o que eu queria.

Quando eu expliquei o que eu queria, ele pegou um caderninho e me disse que seriam 360 tibares. Eu aceitei e ele simplesmente estalou os dedos. Foi como se eu tivesse sido sugada por um redemoinho e, quando abri os olhos, estava em uma rua cheia de arcos e casas de arquitetura tamuraniana. Por um momento, achei que estivesse no próprio Tamu-ra.

Tio Nicodemus solicitou educadamente sua parte, eu paguei e, depois de guardar minha algibeira, ao olhar para onde ele estava, notei que ele tinha desaparecido. Ele é rápido. Não precisei procurar muito. Mesmo falando valkar, todos simpatizavam muito comigo e me respondiam prontamente onde seria a casa de treinamento do sensei autor do livro que eu li, Kakashi Hatake. Rapidamente, já estava na porta da casa e entrei.

Conheci o sensei e expliquei o que eu buscava ali. Fui conduzida até um quarto, onde ficaria alojada. Noah adorou os espaços da casa de treinamento, alguns alunos tinham medo dela, mas outros amavam brincar com ela. Enquanto isso, sua barriguinha ia crescendo e nós estávamos sempre conversando sobre como ela se sentia.

As duas primeiras semanas de treinamento foram pesadas e difíceis. Principalmente, difíceis de entender. Eu limpei janela, chão, coloquei e tirei o kimono. Não parecia fazer sentido algum no começo. Mas depois eu entendi. Entendi sobre paciência e o caminho da sabedoria.

Foram vários dias de meditação e aprendizado de movimentos básicos da cultura tamuraniana. Além disso, com alguns poucos passeios junto com outros alunos, pude aprender a me vestir e me maquiar como uma nativa. Goro ia amar me ver daquele jeito.

Passei dois meses na casa de treinamento. Foi algo gratificante demais. As escolhas dos outros não me dizem respeito. Aprendi a me perdoar, aprendi a como liderar melhor minha equipe. Aprendi também a falar melhor o idioma e a ler tamuraniano.

Quando o treinamento terminou, agradeci profundamente a todos na casa, principalmente, ao sensei Kakashi por sua paciência e sabedoria. Então, saímos Noah e eu, novamente por Nitamu-ra a procura de um mago indicado pelo Goro para fazer a viagem de volta. Não foi difícil encontrar, mas no caminho, aproveitei para comprar uns presentinhos para meu namorado poder matar a saudade de casa.

Treinamento

O mago cobrou o mesmo preço e aconteceu a mesma coisa que na viagem de vinda: um estalo, redemoinho, paguei, pisquei e ele sumiu. Estava em Yuvalin novamente.

Fui ansiosa até a loja, vestida como uma verdadeira tamuraniana, e bati à porta. Quando entrei, Goro ficou extasiado, largou o martelo e disse que deveria estar sonhando. Mandou que os seus auxiliares cuidassem da oficina porque ele iria para casa comigo. Falei com ele algumas coisas em tamuraniano e ele ficou radiante, dizendo que tudo aquilo parecia muito interessante. Noah já estava bem cansadinha, mas eu a tranquilizei, dizendo que ela ficaria quietinha em casa nos próximos dias.

Goro e eu matamos a saudade um do outro com uma noite espetacular. Parece que a saudade deixou a gente com muito mais vontade e prazer pela companhia. Não queríamos nos desgrudar e nada podia atrapalhar esse momento juntos.

Ele quase chegou atrasado na loja no dia seguinte. Para garantir que ele fosse, eu mesma fui junto com ele para assisti-lo trabalhando na parte da manhã. Estávamos apaixonados e felizes. Graças à bondade de Allihanna e de Lin-Wu, pudemos desfrutar do nosso carinho, companheirismo e paixão por muitos dias antes de eu voltar a encontrar os meninos.

Meus dias nessas “férias” foram perfeitos. E, então, chegou a hora de voltar às atividades de aventureira em companhia dos Desafiantes de Yuvalin.


Assista ao vídeo sobre essa parte da história no canal do Qual é a do RPG?https://youtu.be/aL8vgoQNOSk

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Épico e aquático – Em busca de honra – Parte 1

Depois do impacto da traição de Ràthania, Helga está diante de uma pergunta: o que fazer agora?


Eu saí tão devastada da loja do Ezequias que andei pela cidade sem rumo pelo que eu acredito terem sido horas. Coitada da Noah por me aguentar nesse período. Edward só havia me dito que precisava viajar e que levaria Toshinori. Não estava em condições de argumentar, todos precisavam de um tempo para respirar, realmente.

Todos nos entendemos meio que inconscientemente de que tiraríamos umas férias, pelo menos até Ed e Toshinori retornarem. Eles estavam em busca do favor de todos os deuses do Panteão. Alguns já lhes eram favoráveis, mas outros não eram facilmente encontrados em Zacharov.

Assista à side de Toshinori e Edward no Youtube: https://youtu.be/3kPz-cwiAzU

Joseph, agora, tinha um jornal para tocar e outros instrumentos para aprender. Kroll precisava de tempo para treinar na arena, ficar mais forte e mais certeiro. Stefan, pelo olhar marejado, precisava ficar sozinho. Provavelmente, consertaria o K, como prometido, e também consertaria um pouco a própria mente (se é que isso é possível), trabalhando em invenções.

Vagando por Yuvalin, vi várias cenas bem conhecidas e comuns, como um menino que arremessa pedras e um casal de anões vendendo cacarecos. No entanto, nada me chamava a atenção ou me comovia. Eu estava alheia a tudo. Devo ter parado algumas vezes para deixar Noah descansar, dar água a ela e fazer carinho em seu pelo macio. Só que eu não sentia nada, nem cansaço, apenas culpa e desolação.

Sei que, no final daquela tarde, estava entrando na casa do Goro. Me joguei num monte de almofadas na sala. Ele me recebeu de braços abertos, o seu lindo sorriso e uma xícara de chá. Me entregou a xícara e ficou me olhando enquanto eu olhava para o nada, provavelmente com uma expressão aterradora para ele.

Tirou minhas botas e começou a fazer massagem nos meus pés. Eu só balbuciava que nada fazia sentido e que deveria ter previsto. Ele, sem entender nada, levantou e foi fazer outro chá. Disse que seria um calmante dessa vez. E me perguntou o que tinha acontecido.

Comecei a contar todo o absurdo que aconteceu na noite anterior. Falei até que eu deveria ter impedido Ràthania de andar com a gente. Então, ele me questionou sobre o que eu faria se ele próprio resolvesse participar das nossas aventuras. Fiquei reflexiva. Afinal, que espécie de líder também seria se impedisse que um membro da equipe fosse proibido de ter sua companheira por perto.

Foi então que travamos uma conversa sobre o peso da liderança e o fato de não podermos prever o que aconteceria, nem assumir sozinho a culpa. Ele falou que eu precisava de um banho e até brincou comigo sobre nunca ter visto minha cauda. Disse que deveria saber como é e como funciona para quando tivéssemos filhos.

Filhos? Cedo demais para falar sobre isso! Ele percebeu minha expressão, graças aos deuses. Percebeu, inclusive algo que eu, como druida, não tinha reparado. Ele me mostrou Noah e comentou que ela já estava formando a família dela. Eu fiquei pasma. Estava tão distraída com os acontecimentos que não reparei que ela estava esperando filhotinhos.

Tive um momento de me sentir ainda mais culpada que tudo, mas essa notícia fez toda a nuvem de tristeza e desânimo esmaecer. Simplesmente, me esqueci de todos os problemas e corri para fazer carinho nela. Ela virou de barriga para cima e ficamos ali alguns minutos nessa sintonia entre druida e companheiro animal.

Conversamos, ela e eu, sobre como foram os dias antes de nos encontrarmos naquele fatídico dia da tempestade. Bom, ela conheceu o lobo do Trovão da Tormenta antes da gente se encontrar. Ela sentia que eram mais de 2 filhotes. Estava tão feliz por ela! Meu humor mudou completamente.

Quando Goro chegou com o chá, eu ainda estava abaixada conversando com Noah. Falei que ia procurar entender o que fazer daquele momento em diante. Queria ser uma pessoa melhor, uma líder melhor. Talvez, estudar algo sobre o assunto, ler bastante. Ele me levantou e me conduziu até a banheira onde eu tomaria um banho muito relaxante e tranquilizador. Tudo o que eu precisava naquele momento!

Assim que eu entrei na banheira, ele se espantou com a forma como a cauda se formou. A ponta da cauda roxa refletia em seu rosto, porque estávamos à meia luz no quarto. Ele me perguntou se eu sentia seu toque, mas logo se afastou com o rosto ruborizado, afugentando alguma ideia que eu não consegui descobrir.

Voltou do seu escritório/biblioteca, o cômodo ao lado do quarto, trazendo alguns livros. Segundo ele, esses livros foram escritos por mestres tamuranianos que poderiam ser úteis para me ajudar a me entender melhor como líder. Afinal, Tamu-ra é conhecida por seus senseis, sua sabedoria e toda a cultura em volta.

Bom, como meu tamuraniano estava bem enferrujado, 3 dos 4 livros meio que passaram direto pelos meus olhos, porque não entendia muito. Mas eu fiquei muito feliz com as descobertas feitas naqueles livros. O quarto livro era de um exímio líder e sua trajetória de aprendizado. Eu realmente estava gostando do que lia. Minha jornada era bem parecida com a desse sensei.

Estava sozinha ali, na banheira, Noah e Goro me deixaram para que eu relaxasse, me entretendo com os livros. Era impressionante como ele já estava nos transformando em uma família com o casal e um animal. Ainda estou tentando me acostumar com isso. 

Durante o jantar, eu já estava bem mais animada e descansada. Acho que Goro percebeu isso e ficava olhando para mim, às vezes, com aquela cara de bobo. Eu também fazia isso de vez em quando, enquanto conversávamos sobre milhões de coisas. Parecia até que eu não tinha vivido tamanho infortúnio apenas um dia antes. 

Foi quando um pensamento me assaltou: e se eu abrisse mão de tudo para viver isso? Goro, Noah e eu, em paz, numa casinha. Desviei logo esse pensamento. No entanto, ele voltava vez ou outra durante a noite.

Noah, Helga e Goro

Goro colaborava bastante com isso, me pedindo para ficar junto dele, não viajar tão cedo em nova aventura. Era difícil não ceder a isso. Passei a noite em seus braços, desfrutando do prazer da sua companhia. Até deixar a cama na manhã seguinte foi custoso.

Tomamos o nosso café juntos e expliquei ao Goro que, depois de ler aquele livro, eu gostaria de ir para Nitamu-ra a fim de treinar com algum sensei sobre autoconhecimento e liderança. Ele sorriu para mim. O sorriso mais doce que quase me fez desistir. Me disse que apoiava minha ideia e que me esperaria de volta o mais depressa possível. Nele eu sempre encontraria um lar, ele me dizia.

Ah, eu estava lutando comigo mesma. Dei um beijo nele cheio de carinho e saudade que eu já sentia. Aquele beijo com sentimento de medo de nunca mais vê-lo e de conforto por saber que ele era um lar para mim.

Goro me contou sobre um ou outro que ele conhecia e que ainda deviam estar na cidade. Falou, inclusive, sobre um mago que poderia me ajudar a retornar. Falei que eu iria até Ezequias para pedir ajuda de alguém que me transportasse até Nitamu-ra. A viagem terrestre ou aérea seria bem longa e cansativa. Seria muito melhor, apesar de bem caro, a ajuda de um mago tanto para ir, como para voltar.

Ele sugeriu que eu deixasse a Noah, já que ela esperava filhotinhos, mas ela mesma não quis ficar, se escondendo atrás de mim. Eu não queria deixá-la, não por enquanto. Queria aproveitar mais um tempo com ela, só nós duas, antes dos bebês chegarem.

Então, saímos juntos de casa, como uma linda família feliz: o casal e a Noah toda serelepe passeando pela rua. Deixei Goro na loja e fui com Noah para a Guilda dos Mineradores.


Assista ao vídeo sobre essa parte da história no canal do Qual é a do RPG?https://youtu.be/aL8vgoQNOSk

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Até breve!

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A matriarca está na casa

Separe o lencinho e, talvez, uns chocolates para uma dose de emoção com A Matriarca (Juniper), de Matthew J. Saville (direção e roteiro). A produção, com lançamento em março de 2024, é um drama familiar envolvente e cheio de reveses.

Ambientado na década de 1990, o longa apresenta uma família cheia de ausências e mágoas profundas entre os personagens que são obrigados a conviver quando Ruth (Charlotte Rampling), a matriarca, precisa se mudar para a casa do filho na Nova Zelândia.

Ruth

Você descobre aos poucos quem são os personagens e quais as motivações, rancores, dores e amarguras deles, o que é bem legal para dar um suspense. Ruth, por exemplo, é vista, tanto pelo filho como pelo neto, como uma velha ranzinza e alcoólatra, praticamente impossível de conviver. E, então, você vê uma senhora de gênio forte, ex-correspondente de guerra, que quer viver feliz seu último período de vida.

Sam (George Ferrier) é obrigado a cuidar da avó, que está com a perna quebrada, apesar de ela ter uma enfermeira à sua disposição. Afinal, como é difícil conviver com a matriarca, até a enfermeira precisa se abster de vez em quando. Já o jovem, em suspensão do internato, não vê sentido na própria vida após a perda da mãe.

O filme trata de mudança de perspectiva e reconciliação entre todos os personagens. Todos são obrigados a ceder algo durante aquele tempo. Finalmente, todos se conhecem de verdade, suas intenções, seus problemas passados e têm, ali, uma chance para fazer o presente ser melhor vivido do que o passado foi.

A fotografia do filme revela detalhes importantes, responsáveis por definir as situações e, em certos casos, levar o espectador a prever o que vem a seguir. Até mesmo as cenas que se repetem várias vezes, como a égua da mãe sozinha no quintal, trazem significados profundos para enriquecer a obra.

A trilha sonora também corrobora para o impacto emocional. A evolução da história é bem montada e vai se encaixando até o seu ápice, o que inclui aquele mistério inicial de você ter que descobrir o que está acontecendo ou quem são os personagens. Além disso, os objetos comuns na década de 1990, como os telefones e computador, trouxeram um ar nostálgico muito legal.

Esse filme seria uma quinta-feira à tarde. Primeiro, porque não é muito meu estilo de filme: dramas em geral. Mas é um filme que vale a pena assistir numa tarde chuvosa, sentado no sofá, comendo chocolate e com o lencinho do lado.

Eu convido você a se emocionar também com A Matriarca.

Crítica publicada por mim no site nosso parceiro Terra Nérdica: https://terranerdica.com.br/index.php/2024/03/26/a-matriarca-critica/

Épico e aquático – A traição

Será que os Desafiantes de Yuvalin são páreo para uma abominação rubi? E a ferramenta artefato? Eles não vão encontrar isso nunca? Descubra mais detalhes sobre a história nesse capítulo do diário da sereia druida, Helga Iris.


A coisa parecia estar muito mal para o nosso lado. O que quer que fosse a criatura que os meninos lá na frente estavam enfrentando, isso estava machucando meus aliados de verdade.

Edward, gritando, me convocou para cuidar dos ferimentos dele e do Stefan. Joseph saiu do meu lado e começou a tocar seu alaúde élfico, nos deixando mais inspirados a prosseguir. Então, avancei também e entrei na sala. Assim que vi aquele monstro à minha frente, fiz uma prece a Allihanna e aquela energia fluiu de mim tocando meus amigos, como se fossem os próprios dedos da deusa.

Depois que me afastei novamente e que aquela criatura tentou morder Edward, percebi que a cura não foi o suficiente e estendi minhas mãos na sua direção. Assim, um escudo translúcido se formou entre o monstro e Ed. Foi um reflexo para proteger nosso nobre.

Entre o som de armas, escudos e gritos, ouvi um estrondo, como se o monstro rubi tivesse caído sobre uma mesa de pedras. Edward comandava a batalha e gritou mais uma vez para que eu ajudasse como pudesse os feridos.

Os urros do monstro eram terríveis! E, ainda, eram misturados aos sons dos gritos dos meninos, e até da Ràthania incentivando o namorado. Entrei na sala e fiz, novamente, minhas preces e aqueles raios suaves saíram das minhas mãos para curar Edward e Kroll. Vi suas feridas se fecharem rapidamente, enquanto voltava para a porta da sala, saindo de tão perto da criatura medonha. Joseph repetiu seus gestos arcanos, me imitando, e me senti segura ao saber que ele ajudaria no momento necessário.

O monstro avançou sobre o Toshinori, para bater, morder e dilacerar, no entanto, em tempo, refiz a magia que protegeu Edward com um escudo translúcido. Não protegeu muito porque aquele monstro era extremamente forte. Mas foi o suficiente para que ele continuasse vivo.

Stefan pegou sua arma e atirou no monstro. Outro estrondo naquela saleta. A cada ataque nosso, a criatura urrava mais. Kroll pareceu hesitar um pouco, mas virou seu machado na abominação rubi. Por mais incrível que isso possa parecer, começou a jorrar sangue. No último lampejo de vida daquela criatura nas mãos de Kroll, ouvimos um “obrigado” em língua anã. Foi aquele monstro que falou isso? Fiquei chocada.

Toshinori teorizou para o K que, talvez, aquela criatura que agradeceu ser libertada fosse sua mestre, Tallaka. Noah foi cheirar o corpo morto, lambeu, e esperou que eu fosse até ela. Eu decidi, então, analisar bem detalhadamente o corpo do monstro. Stefan também estava analisando, mas para ele próprio, claro. Pelo menos, ele me ajudou.

Era uma combinação de anão, troll, construto. Uma abominação, realmente. Tallaka criou uma quimera, ela havia se perdido na sua busca por suas invenções com aço rubi.

Analisei também os ossos de um corpo que estava ao lado de um cofre. Era, finalmente, Tallaka, como pude perceber pela lógica. Ela deveria ter terminado de criar a criatura e perdeu o controle. A criadora foi morta pela sua própria criação.

K ficou arrasado, mas finalmente pôde descobrir o fim que sua mestra teve. Na medida do que é possível consolar um golem, nós tentamos. Ele agora estaria livre, mas estava perdido, precisava de um tempo sozinho. Então, ele e Joseph foram dar uma volta, alguma coisa sobre sentar próximos, olhando para o buraco.

Enquanto isso, ficamos na sala investigando o que havia lá. Como eu disse, havia um cofre e invoquei uma magia para tentar descobrir se havia alguma ameaça ou armadilha presente no objeto. Como não encontrei nada, nós o abrimos. Entretanto, nem sequer consegui ver o que tinha lá dentro. Eu simplesmente apaguei.

Não sei se era um jacaré ou crocodilo, mas ele sorria para mim. A primeira coisa que vi quando abri os olhos foi o Kroll o mais delicadamente possível para um bárbaro me acordando. Toshinori sacudia a cabeça, como que acordando também. Edward estava caminhando em direção ao Stefan adormecido. Nem Joseph, nem K e nem Ràthania estavam na sala. O cofre não estava vazio, mas a ferramenta artefato não estava lá.

Todos olhavam para mim procurando respostas. Stefan acordou, olhou tudo ao redor e começou a falar sobre sua querida Ràthania, que ela não era tão confiável como nós acreditávamos. Mas, como Joseph e K não estavam conosco, ele disse que precisávamos encontrá-lo primeiro. Foi quando ouvimos um grito com a voz metálica de K, xingando. Não preciso reproduzir o que ele gritou. Pelo menos, o havíamos encontrado.

Stefan, amarrado como estava, tentou correr em direção ao som. Todos corremos para ver o que tinha acontecido. K continuava xingando e gritando que Ràthania tinha jogado uma bola de fogo nele. Ele estava com um buraco chamuscado no peito.

Eu só estava correndo atrás de todo mundo. Não estava pensando. Tudo era muito distante: as vozes, as luzes. Minha cabeça parecia rodar. Meus sentidos não estavam no seu devido lugar. Todos estavam correndo, discutindo. Falando algo sobre a traição. Ràthania havia nos traído. A culpa era minha. Eu devia ter percebido e impedido. Era tudo o que passava pela minha cabeça.

Ràthania

O paladino se aproximou. Não ouvi direito o que ele falou, só que eu não deveria assumir a culpa. Ele tentou me animar, dizendo que eu era muito útil para o grupo. Entretanto, eu só repetia que eu deveria ter reparado e que ela poderia ter matado alguém. A culpa era minha.

Com os olhos longe, só acenava com a cabeça. Detive minha atenção em K quando ele falou que a última coisa que Ràthania disse foi “Que Nimb te role bons dados”. Stefan encontrou um papel no meio de suas coisas, mas ele amassou, só fechou os olhos e disse que queria “fazer aquela desgraçada sofrer”. Eu concordava, mas estava atônita demais para responder.

Isso me fez despertar um pouco do transe. Convidei K para se juntar a nós efetivamente, agora que ele não tinha mais a sua mestre. Foi quando percebi que ele estava minimamente consertado de suas queimaduras. Noah começou a se arrastar entre as pernas de K e ele ficou notavelmente feliz de ter uma nova família e nos abraçou.

Ele saiu, foi até a sala e retornou com os ossos de Tallaka. O golem fez uma reverência à maestria de Tallaka e a tudo o que ela significou para ele, depois jogou os ossos no buraco. Assim que ele fez isso, saímos das Minas Heldret. Passamos novamente por cima do buraco, encontramos Joseph na porta do elevador e, enquanto subíamos, decidimos ir, Edward e eu, dar a notícia a Ezequias. Os meninos iam procurar por informações de Ràthania.

Fomos para a Guilda dos Mineradores, mas ela estava fechada. Um dos guardas nos disse que Ezequias deveria estar na sua loja, a Minérios Maravilhosos. Era madrugada e a cidade que nunca dorme estava um pouco movimentada, alguns nos cumprimentaram, só que nós não conseguíamos sorrir com alegria.

Ezequias nos recebeu na loja, feliz, animado e querendo notícias. Mas as notícias não eram boas. Expliquei o que havia acontecido e conversamos por um tempo sobre a traição de Ràthania. Infiltrada, a doidinha teria roubado o que estávamos procurando. Se Stefan estava com raiva e triste, ele não estava nos planos dela.

Falamos também sobre K, que trouxemos para a superfície, e sobre Tallaka. Mais uma vez, falei que a culpa era minha. Ezequias ficou nervoso, desesperado porque não tinha, assim como eu, intuído sobre a ladra. Ainda conversamos sobre o pagamento. Alegamos que não cumprimos o combinado, mas ele insistiu como um presente, mesmo com Edward deixando claro que não queria. Nosso chefe agradeceu e estava pensativo sobre os próximos passos.

Recusamos a bebida que ele ofereceu e pedi desculpas mais uma vez. Ele começou a fazer seus planos e nos despedimos. Noah tentou me animar, mas eu estava sem rumo. Completamente perdida.


Assista ao vídeo sobre essa parte da história no canal do Qual é a do RPG?https://youtu.be/50sAeFmyoi4

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Até breve!

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Épico e aquático – Portas para outras portas

Onde estiverem os Desafiantes de Yuvalin, sempre pode haver perigo. Helga Iris sabe disso e está em apuros. Confira mais um capítulo desta jornada.


Eu ardia e queimava com aquelas teias emaranhadas em mim. Tentei tornar minha pele mais rígida para evitar o dano, mas só diminuiu um pouco o ferimento e a dor. Os meninos começaram a me puxar e empurrar para eu me desvencilhar, mas não deu certo e eu fiquei mais agarrada ainda pelas teias.

Eu gritava e implorava que me ajudassem e eles continuavam tentando cortar as teias. A ideia do Joseph foi absurda de tacar fogo nas teias, o que o não-tão-insuportável-ultimamente, Stefan, retrucou trazendo o bardo a um mínimo de consciência sobre o que aconteceria se ele fizesse aquilo.

Toshinori e Kroll arrancaram as teias com suas armas e, finalmente, eu estava livre. Agradeci e todos me orientaram a voltar e me curar na área que eu tinha consagrado. Sentindo o reflexo daquela dor excruciante, fiz uma prece a Allihanna e minhas feridas se fecharam e, gradualmente, a dor foi embora.

Quando voltei para o corredor, encontrei uma cena maravilhosa: Stefan estava nos braços do Toshinori porque, ao ser tocado por uma teia, ele tomou um susto e pulou em direção ao paladino para não sofrer as queimaduras. Com certeza, essa cena não vai sair nunca da minha memória.

Como sugerido pelos meninos, aqueles corpos no corredor eram de anões que ficaram presos nas teias. Descobri isso quando abaixei e comecei a analisar um por um. Alertei a todos sobre isso e para que tomassem muito cuidado para não ter o mesmo destino deles. Destino que eu quase tive. Agradeci demais a esse povo.

Stefan falou com Joseph que, agora que eu estava solta, ele poderia, enfim, lançar fogo lá dentro. Antes que ele agisse, porém, Edward quase ficou preso também às teias enquanto explicava um plano para atravessar o corredor. Finalmente, decidiram pegar um dos meus óleos com Toshinori e saímos todos do corredor, liberando espaço para Joseph.

Ele estalou os dedos e pegou fogo lá dentro. Alguns minutos depois, o fogo cessou e o inventor decidiu continuar avançando junto com o paladino iluminando o caminho. Eu fiquei por último dessa vez. Assim, Stefan contou-nos sobre como deveríamos avançar, porque as armadilhas estavam em diagonais pelo corredor.

Então, andamos, desviando das possíveis armadilhas. Chegando à porta do outro lado do corredor, Stefan viu que estava trancada e, segundo ele, precisávamos ou arrombar ou ladinar. Todos olhamos para o Joseph, que entendeu o recado, trocando de lugar com o kliren.

Ele tentou, tentou, tentou e não conseguiu. Mais uma vez. Stefan trocou de lugar com Kroll e começou a ajudar, mas falhou miseravelmente. Perdemos algum tempo nessa brincadeira. Decidimos partir para força bruta e abrimos espaço para os armários do grupo. Eles conseguiram errar a porta e a cena ficou meio esquisita ali do bárbaro com Toshinori. Prefiro não comentar. O Kroll ficou meio enfurecido com os movimentos estranhos do paladino e acertou com tudo a porta, que se abriu.

Com a abertura da porta, um gás começou a escapar lá de dentro da sala recém aberta. Edward levantou seu escudo e nos protegeu, assim, inalamos pouquíssimo veneno, mas inalamos. Em meio a tosses e olhos ardendo, avançamos pela sala. Senti um acalento em meus ombros, meus olhos pararam de arder e a garganta não arranhava mais. Olhei confusa para Toshinori e ele estava brilhando. Ele sorriu me dizendo que queria aliviar um pouco minha barra, pois sentia que todos precisariam de mim em breve para ser médica de campo do grupo. Agradeci.

A sala era um escritório, como uma sala de leitura, com livros, mesa, baú. Começamos a analisar tudo, então, Stefan entregou uns papéis para Toshinori ler. Era mais uma parte do diário da anã inventora Tallaka. Nele, ela contava sobre o tal artefato que a ajudava a moldar aço-rubi e seus experimentos com matéria orgânica.

Aqueles corpos que foram queimados lá perto do buraco, foram queimados por ela, quando seus experimentos deram errado. K ficou assustado e levou suas mãos à cabeça. Toshinori confortou-o dizendo que, em momentos de guerra, o que ela fez era o necessário. Essa observação causou assombro no golem, mas não em nós. Fez um grande discurso sobre coragem e que ele jamais fugiria de uma bomba, se atiraria sobre ela. Ele é um paladino bem peculiar.

Kroll abriu o baú e encontrou 80 peças de ouro, provavelmente, as últimas economias de Tallaka. Enquanto dividíamos o valor entre nós, Stefan também aproveitou para vasculhar alguns livros na estante. Foi quando um objeto caiu do meio dos livros no chão. Era uma chave como uma outra que o inventor havia encontrado antes, em formato piramidal na ponta.

O bardo achou que seria uma boa oportunidade de sabermos a profundidade do buraco se jogássemos a chave lá. Eu fechei os olhos, respirei fundo e balancei a cabeça. Felizmente, o inventor é inteligente e, nem tão felizmente assim, ganancioso. Pelo menos, ele proibiu o Joseph de fazer essa atrocidade, porque ele queria aço-rubi. Ponto para o Stefan!

Já Toshinori parecia ir de mal a pior, realmente, trocando de lugar com o inventor em espírito. Ele começou a puxar todos os livros da estante e, ainda, perguntou se tínhamos ouvido quando a porta abriu. Que porta? Não tinha porta alguma. Segui Stefan quando ele voltou para o corredor. Somos um bando de loucos.

Driblamos as armadilhas do corredor das teias outra vez. Eu estava no final da fila e Stefan decidiu continuar tentando acertar a charada da outra porta. Sugerimos outras palavras possíveis para uma senha de acesso. O enigma de Tenebra estava sugando algo vital no inventor e ele não queria correr o risco outra vez.

Símbolo da deusa das trevas, Tenebra

Ficamos alguns minutos discutindo. Eu tinha pensado em CONSTELAÇÃO e, então, Stefan se ligou que ele escreveu no singular ESTRELA e que poderia ser ESTRELAS, no plural. Mas não era possível! Discorremos mais um pouco e mais um pouco. É o jeito Desafiantes de Yuvalin de ser: debater eternamente sobre um assunto.

Votaram por LUA. Stefan escreveu na porta e ouvimos um estalo. De repente, o teto caiu sobre as nossas cabeças. Simplesmente desabou. Edward gritou para nos protegermos e, em menos de um segundo, consegui enrijecer minha pele e escamas, não me machucando tanto quanto se não tivesse usado esse poder.

Após o cessar do barulho das pedras rolando, ouvi um outro som terrível: o kliren balbuciando palavras ininteligíveis. Estávamos em perigo, vivos, porém com um louco a solta. Eu precisava chegar nele para que a situação não piorasse.

Atravessei o corredor correndo e toquei a testa do Stefan, que já estava começando a babar. Que nojo! Saiu magia das minhas mãos e iluminou a mente dele, que piscou algumas vezes e abriu um sorriso cheio de confiança. Ele sabia que a resposta era ESTRELAS.

K estava revoltado porque ficou confuso com tantas sugestões. O inventor me agradeceu pela ajuda – estou chocada com esse outro Stefan. Será que ele perdeu a memória de novo?

Voltei para o fundo do corredor para acudir Noah que estava lambendo algumas feridas. Fiz carinho nela, ajudando-a a se sentir melhor, principalmente, depois que Toshinori brilhou novamente com sua aura de cura.

A porta estava aberta. Começamos a avançar por mais um corredor estreito em S. Eu estava no final da fila, não via nada, mas ouvi os meninos falando sobre abrir uma outra porta. Um rugido aterrador saiu da sala. E eles já estavam em batalha lá na frente, gritando, batendo e apanhando. Apanhando bastante. Essa seria a nossa maior batalha até então. Afinal, devíamos estar bem perto agora do que estávamos procurando.


Assista aos vídeos sobre essa parte da história no canal do Qual é a do RPG?: https://youtu.be/pPOWPHxF-sQ e https://youtu.be/50sAeFmyoi4

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Até breve!

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Épico e aquático – Indo pro buraco

Depois de mais um combate nas Minas Heldret, os Desafiantes de Yuvalin estão investigando o quarto andar e se preparando para enfrentar um dos seus piores inimigos: um buraco.


Tentei ajudar na investigação, revirando algumas coisas no escritório, mas não fui muito útil. O Joseph, por outro lado, encontrou uma manopla de aço rubi. Quando viu, K explicou que era de sua criadora. Ela usava para bater com mais força enquanto trabalhava, segundo o golem. O pobre construto tentou vestir, mas era muito pequena para ele. No entanto, serviria muito bem ao Kroll ou ao Toshinori e o bárbaro recebeu de bom grado.

Apesar de meu lampião ter se apagado, conseguimos encontrar, também, alguns frascos de itens alquímicos já ressequidos e Stefan achou escritos simples de Tallaka. Então, recomeçamos a discussão interminável sobre como ir para o outro lado do buraco no corredor, pois o inventor percebeu que precisávamos avançar. O que procurávamos deveria estar do outro lado.

O buraco era bem fundo, pois o barulho de um osso lançado demorou a ser ouvido no chão. Alguns pensaram em colocar a mesa da oficina como trampolim, outros, em prender cordas nas pessoas ou em pular, como o K fez.

De acordo com o golem, seria fácil pular por cima do buraco. No entanto, Edward nos sinalizou que devíamos estar amaldiçoados por Nimb e que a sorte não estava muito ao nosso lado, o que seria perigoso demais. Stefan tentou convencer Kroll a pular com a corda presa em si para puxar os demais.

De repente, Toshinori teve a brilhante ideia de ir ver o que tinha no fundo do buraco. Naquele instante, eu realmente acreditei que a mente do Stefan tinha trocado de corpo. O mais são de nós ali era o kliren.

Eu só balançava a cabeça e dizia o quanto isso era uma péssima ideia. Péssima, de verdade. Joseph se voluntariou para descer o buraco amarrado na corda, porque era o mais leve, mas seus argumentos eram terríveis. Eu protestava veemente. Até mesmo o Stefan dizia que não queria que o bardo morresse – o mesmo cara que atirou nele duas vezes.

Eu senti a presença de perigo por meio de magia e alertei a todos. Estava aflita e disse que precisávamos tomar muito cuidado. Ainda assim, Toshinori estava determinado a amarrar o Joseph com a corda e descer pelo buraco.

Outra pessoa sã era o Edward, que alertou a todos sobre o tamanho da corda e tudo o mais. Ele e Stefan falaram de transformar a mesa em uma escada que funcionaria como uma ponte ligando os dois lados. O inventor levaria, mais ou menos, um dia nisso. Então, poderíamos descansar e atravessar tranquilamente.

Mas, antes que pudéssemos concluir essa estratégia, Toshinori resolveu pular, como K, para o outro lado. Outra péssima ideia. Ele, obviamente, não conseguiu alcançar o outro lado e começou a despencar pelo buraco. O outro louco do Joseph tentou segurar a corda e brigou com o Kroll porque ele não estava ajudando.

Resultado: Toshinori e Joseph caindo e o bárbaro tentando, mas falhando miseravelmente, segurar a corda e aguentar o peso dos dois. Eu só via e ouvia pedras despencando e eles gritando. O bardo usava magia, eu podia ouvir. Eles discutiam entre si, mas eu não podia fazer nada. Me vi completamente sem opções. Estava em um misto de desespero e repúdio a toda aquela situação desastrosa que eles mesmos se meteram.

Joseph e Toshinori caindo no buraco

Enquanto isso, acendi novamente o lampião para que Stefan conseguisse construir a escada. Depois, voltei para tentar ajudar os novos loucos do grupo. Pensei em usar o bordão para que eles segurassem, mas o Kroll já estava fazendo isso com o machado.

Eu não podia vê-los, o corredor era apertado e Kroll estava na frente, segurando a corda. Só ouvia murmúrios de discussões absurdas sobre o que eles deveriam fazer para voltar ao topo. O brilho do símbolo sagrado do Toshinori também começava a aparecer, fazendo sombras dançantes na caverna.

Kroll ativou sua nova manopla e, finalmente, conseguiu puxar Joseph, depois de umas horas naquela brincadeira. Era até difícil contar o tempo naquele absurdo. Alguns minutos depois, Toshinori estava ao nosso lado também.

O bárbaro, alheio a tudo, achou melhor voltarmos à cidade para fazer a escada que o inventor já estava fazendo. Foi então que a melhor decisão apareceu dos meninos: dormir. Enquanto isso, Stefan continuava trabalhando. Eu tentei ajudar, mas matei o tempo, também, conversando com Noah e os meninos. Aproveitei para meditar, escrever e pensar em Goro, óbvio.

Quando a escada ficou pronta, Edward pediu que todos nós nos organizássemos para atravessar e Stefan orientou também a tirar as armaduras para ajudar na mobilidade. Aos poucos, um a um, passamos nos equilibrando sobre o buraco em cima da escada. Alguns começaram a atravessar, desistiram, voltaram e tentaram de novo. Kroll estava segurando a corda para caso algum outro desastre acontecesse.

Segurando meu bordão para me equilibrar, parecia um gato desfilando sobre a escada e, graças a Allihanna, atravessei tranquilamente para o outro lado. Por último, Kroll ignorou a escada do Stefan e pulou para onde já estávamos. Edward recolheu a escada para que pudéssemos usar depois.

Atrás de mim, tinha uma porta e aquela sensação de algo perigoso voltou. Entretanto, em vez de ir por aquela porta, Stefan decidiu investigar o corredor lateral em L e a outra porta que ele encontrou no final. Eu estava do outro lado do corredor, então, não vi o que ele descobriu da porta.

Ele leu em voz alta um enigma em língua anã que, aparentemente, brilhou na porta. Era algo como: “O que dança junto de Tenebra com graça vívida e mentiras sussurradas? Uma dança sem idade, arte cósmica, a chave para destrancar os segredos…”

Segundo ele, era para ele escrever uma senha na própria porta mágica, que deveria destrancá-la ou desarmar uma armadilha, sei lá. Ele escreveu a palavra “ESTRELA”, mas nada aconteceu. Na verdade, ele disse que uma runa mágica da porta se apagou. Bom, ao que parece, teríamos mais duas tentativas, apenas. Edward sugeriu “SOMBRA”.

Enquanto isso, Joseph ao meu lado jogou uma pedrinha no buraco e começou a calcular a altura. Impressionante. Stefan começou a gemer um pouco lá perto da porta e eu deduzi que “SOMBRA” não era a senha. Se era uma porta mágica, pelo som que eu ouvi, ela deveria estar sugando algo dele, talvez vida, talvez magia, talvez sua força para pensar.

A frase em si não era estranha para mim e tentei pensar. “ESTRELA” seria uma ótima resposta e eu não conseguia entender o porquê de não ter dado certo. Foi aí que o inventor decidiu parar enquanto, ainda, estava vivo. Ele veio para onde eu estava e investigou a porta atrás de mim. Todos nos posicionamos para proteção quando Edward ia abrir, ninguém queria correr o risco de cair no buraco outra vez. Voltei para o final da fila e ouvi ele dizer que havia daqueles cristais azuis que iluminavam o caminho, muitas teias de aranha e ossadas.

Stefan confirmou que o caminho poderia estar livre, mas que eu deveria analisar os corpos se chegasse lá. Só precisaríamos tomar bastante cuidado porque, afinal, era um corredor mágico, que poderia nos atrapalhar. Ele nos lembrou do combate que tivemos com as aranhas gigantes na floresta, porque as teias eram mais grossas ainda que as que encontramos lá.

Edward deu um passo à frente e sua armadura brilhou azul e eu avancei logo atrás dele sob suas orientações de tomar muito cuidado. Assim que eu pisei num determinado lugar, as teias se agarraram às minhas pernas e comecei a sentir como se minhas pernas estivessem sendo completamente corroídas. Uma dor excruciante me tomou física e emocionalmente naquele momento. Eu estava machucada e imobilizada pelas enormes teias de aranha.


Assista aos vídeos sobre essa parte da história no canal do Qual é a do RPG?https://youtu.be/W-tHc5xPzhg e https://youtu.be/pPOWPHxF-sQ

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Até breve!

Saiba mais sobre a Helga nos posts abaixo:

Épico e aquático – Finalmente, machuquei um inimigo

Os Desafiantes chegaram ao quarto andar das Minas Heldret e, se ela esconde o que eles buscam, perigos não vão faltar. Leia, agora, mais um capítulo do diário da sereia druida, Helga Iris.


Foi só chegar no quarto andar que um braço metálico, simplesmente, puxou Edward para fora do elevador. Era outro golem, daqueles que a gente já tinha enfrentado antes. Stefan, ao meu lado, sacou sua pistola e atirou contra o golem metálico, com aquele famoso estouro que quase destruiu meus ouvidos.

Suavemente, Joseph começou a tocar seu alaúde élfico e nos sentimos mais leves e firmes para o desafio à frente. Kroll estava quase babando, em fúria, e desceu o machado sobre o construto, não apenas derrubando, mas também o eliminando por completo. Silêncio.

Stefan me pediu ajuda para investigar as ossadas que encontramos ao sair do elevador. Ossos largos, mas de comprimento menor. Claramente, de anões. Fuligem os cobria e cercava aquelas ossadas. Eles foram carbonizados.

Aproveitei para reacender meu lampião que, misteriosamente, apagou. Após minha explanação sobre os corpos queimados, K me perguntou se eu conseguira identificar algum feminino. Senti um aperto no peito. Ele procurava por sua mestre, Tallaka.

À frente, o buraco. Foi então que os meninos começaram uma interminável discussão sobre o que faríamos para atravessar, interrompida pelo que viria a seguir.

Stefan pediu ajuda ao bardo para abrir uma porta do lado esquerdo do corredor. Ele demorou um pouquinho, devia estar meio destreinado em suas perícias de abrir portas de pedra trancadas. Quando a porta finalmente se abriu, mais construtos se ativaram lá dentro.

Assim que Joseph abriu a porta

Edward estava na dianteira. Com uma brisa esquisita, olhei para o meu lado direito e Stefan iniciava seu novo brinquedinho. Disse que estava ficando mais forte e poderoso e seu braço parecia muito veloz, tanto que ele mesmo se bateu bem na cara. Típico!

Mas, antes que o inventor atirasse, o construto avançou para Edward. Seus golpes, no entanto, só atingiram as paredes ao redor. Ao ver que a coisa poderia ficar difícil, o bardo começou a cantarolar e tocar o alaúde élfico. Eu também achei melhor começar a agir, quando outro construto avançou até o Edward e acertou um dos golpes.

Me ajoelhei bem ali, atrás dele e entre Joseph e Stefan, e supliquei a Allihanna pela sua proteção e seu auxílio no cuidado dos meus aliados. Assim, uma luz fluiu de mim deixando todo aquele chão iluminado pela consagração à deusa.

De onde eu estava, só ouvi e vi enormes pés de (mais) um guardião de rubi que espancou o Ed, que quase caiu aos meus pés. Kroll conseguiu entrar na sala, esbarrando, levemente, sua armadura contra o aço dos outros construtos. Apesar de bem ferido, Edward conseguiu ajustar a equipe para a batalha.

Por outro lado, Toshinori pareceu acordar de um transe lá no elevador ainda e queria trocar de lugar com Edward. Porém, ele não fez isso, mas abençoou Stefan – QUÊ?? – e me pediu para curar os feridos, principalmente o que já estava bem machucado.

Stefan pediu para que Ràthania fizesse uma ilusão e uma parede apareceu no lugar da porta, na frente de Edward. Mesmo já tendo feito, ela argumentou que não afetaria os construtos, porque eles não pensavam. Assim, a magia se desfez. Então, ele só se afastou, indo para o outro lado de Joseph, trocando de lugar com Toshinori. O paladino fechou os olhos, colocou uma de suas mãos no ombro de Edward e uma luz apareceu, curando alguns ferimentos em sua pele.

Joseph, além da música, começou a dançar também e, de repente, me senti mais forte, como se pudesse fazer qualquer coisa. Sentir que posso não é o mesmo que poder. Mas tentei de tudo. Tudo mesmo!

Ergui minhas mãos e as coloquei nas costas de Edward para curá-lo integralmente e vi todas as suas feridas se fecharem. Foi então que eu me lembrei de que, na minha bolsa, guardava uma bomba que não queria passar às mãos de Stefan, por ainda ter certo receio de ele nos atacar em vez dos inimigos. Não sei de onde surgiu essa ideia e a força para fazer isso, mas acendi e atirei a bomba para dentro da sala. Pelo menos, garanti qualquer dano aos inimigos, tentando não acertar no Kroll. Talvez, eu nunca mais faça algo parecido.

Bomba neles!

O estrondo foi forte, mas não abalou os construtos o tanto quanto eu esperava. Ouvi sons de passos e pancadas lá dentro. Provavelmente do guardião de rubi contra o Kroll. Mas ele não pareceu se abalar tanto, porque ouvi o brandir do machado do bárbaro e seus gritos de fúria. No entanto, ele achou melhor sair da sala. Ora vejam, se o bárbaro achou melhor sair… a gente não estava muito bem.

Enquanto isso, Edward, com seu escudo, bloqueou mais um golpe do construto de aço, pareceu fraquejar, mas permaneceu de pé. Gritou mais estratégias para a equipe e palavras de motivação. Foi o suficiente para que Toshinori entrasse na sala e, apesar de eu não conseguir ver o que ele fazia, ouvia o que devia ser seu bico de corvo batendo e amassando a lataria de algum dos inimigos.

Ficou bem claro o motivo para eu não querer que Stefan ficasse com as bombas no movimento seguinte dele. O STEFAN SABE SER BEM INSUPORTÁVEL. Ele sacou uma bomba que tinha guardado, acendeu e atirou. Sua destreza maravilhosa fez com que a bomba ricocheteasse no guardião de aço à porta e caísse bem entre o construto e Edward. Ou seja, fomos todos atingidos pelos estilhaços. Os inimigos e os aliados. Ou seríamos todos inimigos? Ninguém merece!

Felizmente, não nos ferimos gravemente. Apelei para aquele poder que fez com que minhas escamas me protegessem. Senti o impacto e respirei fundo, tentando não fulminar o inventor com os olhos. Ele fugiu quando viu o que fez. Pediu desculpas e foi em direção ao elevador. A namoradinha dele ainda comemorou por ele acertar um dos guardiões.

Enquanto isso, Joseph fez a arma do Kroll brilhar, o que fez abrir um sorriso macabro na cara do bárbaro, e ouvi mais barulhos do bico de corvo acertando os inimigos. Ignorando meu ódio, ergui meus braços novamente e fiz uma prece à minha deusa. Um vento acompanhado de luzes emanaram de mim, abençoando meus amigos. Me senti tão revigorada por poder fazer aquilo que tentei animá-los também com gritos de incentivo.

Apesar disso, eu sentia que não aguentaria invocar tantas magias em algum tempo, talvez, a deusa se cansasse um pouco de me atender, sei lá. Puxei da minha bolsa uma essência que me restauraria o vigor e as chances de sucesso.

Ainda bebia a essência quando vi, pelo canto do olho, o guardião de rubi e o de aço batendo no Edward. O de aço não foi bem-sucedido, felizmente, mas o outro machucou o nobre de verdade e ele caiu. Olhando para baixo, vi que ele sangrava consideravelmente. Ainda assim, ele gritou para que o paladino agisse.

Com certa dificuldade pelo espaço, Kroll entrou na sala mais uma vez e desceu seu machado brilhante sobre os guardiões de aço. Um deles, eu ouvi que caiu, mas o outro só apagou, mas ainda estava de pé. Pelo movimento e os barulhos dentro da sala, Toshinori também acertou bonito os construtos, porém, apanhou feio. Stefan voltou para o meu lado e atirou em algo lá dentro, quase me deixando surda outra vez, em menos de dois minutos.

Como sabia que os meninos estavam feridos, supliquei a Allihanna que nos socorresse com a cura dos ermos tão acima de nós. A magia fluiu de mim como uma luz dançante que tocou todos os meus aliados. E eu saí de onde estava, passando pelo Stefan e indo em direção ao elevador. Só ouvi o infeliz do guardião de rubi acertar Edward mais uma vez, mas, pelo menos, ele já não estava tão ferido.

Ouvia o brandir de armas, armaduras, escudos e aço batendo, sem saber exatamente o que acontecia. Ao meu lado, Stefan estava inquieto, ele queria começar a dançar. DOIDO. Dançando com suas armas, ele atirou contra o guardião de rubi que, pelo que entendi, tinha parado de funcionar com o golpe. Joseph imitou outra vez meus gestos, esfregou suas pequenas mãozinhas e curou Edward com magia.

Corri até o Kroll e o toquei. Alguns galhos e plantas pareceram surgir ao redor dele e sumiram em um brilho que o envolveu por completo e, apesar de ele errar um dos golpes, ele estava protegido. O golpe seguinte e a mordida feroz derrubaram o construto que restara. Ele sorriu para mim, dizendo que tinha derrubado o guardião de aço. Edward orientou Toshinori que bateu com seu bico de corvo na criatura.

Stefan, fazendo algo de útil, entrou na sala e, como se o próprio Nimb desviasse o tiro que ele ia errar, o inventor explodiu a cabeça do construto. Fez-se silêncio outra vez. K nos avisou que estávamos na oficina da Tallaka. Era hora de investigar.


Assista ao vídeo sobre essa parte da história no canal do Qual é a do RPG?: https://youtu.be/W-tHc5xPzhg

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Até breve!

Saiba mais sobre a Helga nos posts abaixo:

Épico e aquático – Um dia comum

A vida de aventureiro também tem situações cômicas, quando não se está lutando para se manter vivo, e a sereia druida, Helga Iris, pode provar isso no seu diário.


O Stefan sabe ser bem insuportável! Depois de toda aquela cena sem sentido de ele, Toshinori e Edward, simplesmente, passarem à outra sala e o inventor ficar gravemente ferido, com o silêncio do fim da batalha, me abaixei, toquei em sua testa (querendo bater na sua cara), fiz uma prece a Allihanna e o curei.

As feridas se fecharam uma a uma. Finalmente, ele se levantou e ajudou (pelo menos) a investigar a sala, junto com o restante de nós. O golem K ficou encantado porque Tallaka conseguiu fazer o construto de aço-rubi, apesar de eu não achar nada divertido.

Ele continuou falando sobre as invenções de sua mestra com Stefan e sobre uma chave que abriria o cofre de Tallaka no quarto andar. Isso interessou bastante a gente. K queria ajuda para saber o que aconteceu com a anã, ajuda de quem pudesse protegê-lo. E, bom, nós queríamos encontrar o que estava lá.

O Joseph estava com medo do golem ajudante, mas eu o mandei ficar quieto e o próprio K o colocou sobre os ombros. Conversamos sobre quem éramos e eu o convidei para ele ir conosco, inclusive para a cidade depois. Ele queria ficar mais um pouco no terceiro andar, mas adoraria ir conosco para o próximo andar, quando voltássemos e fôssemos também. Mais uma vez, Joseph soltou uma farpa dizendo que, da última vez que combinamos isso, esquecemos a Noah na mina.

Isso não foi verdade! Calúnia! Noah começou a rosnar para o Joseph e eu fiz carinho nela para acalmá-la e tranquilizá-la, dizendo que eu estava esperando por ela. O Joseph não estava totalmente errado, mas também não estava certo. Eu estava tonta naquele dia, depois de tanto problema e todo mundo, simplesmente, correu para o elevador para ir embora e nem me deixou falar sobre Noah.

A cena mais hilária do dia, que valeu o esforço de ter me preocupado, mais uma vez, com o louco, foi da Ràthania dando um tapa na cara de Stefan (que eu queria ter dado) e gritando com ele para nunca mais dar um susto como ele deu a ela. Acredita que ele teve a cara de pau de dizer que estava novo em folha e que aquilo não foi nada? Impressionante! Eu estava de longe só observando e assimilando toda a falta de noção do inventor.

Os olhos da Ràthania estavam cheios de lágrimas. Parecia muito real o que ela sentia, de verdade. Me assustei, mas senti que ela tinha sentimentos e se importava com Stefan. Apesar de tudo.

Decidimos, finalmente, voltar à superfície, deixando K para encontrá-lo no retorno. Eu precisava de um banho. Retornando à cidade, cada um foi resolver suas próprias questões e descansar. Depois do meu longo banho e de um almoço restaurador, fui até à Kanpeki. Ela estava ficando linda, diferente de antes, robusta, menos tamuraniana e mais a cara de Yuvalin.

Goro abriu um sorriso e começou a me mostrar tudo o que tinha de novo, como estava ficando, as diferenças e coisas novas para oferecer aos clientes. Ele me perguntou sobre como foi o dia e agradeceu a Lin-Wu por eu estar viva e inteira, apesar dos pesares. Ele me beijou e pediu para que eu permanecesse viva e inteira, dizendo que a reinauguração seria em dois dias. Eu disse que estaria lá pronta para, com muita alegria, dar um abraço bem apertado nele, mas que também comemoraria a sós com ele em casa.

Os olhos dele se esbugalharam e ele ficou vermelho, dizendo que mal esperava pela noite. Eu ri um pouco do desconserto dele com minha fala ao pé do seu ouvido. Pedi desculpas por atrapalhar sua concentração no trabalho e combinei de o encontrar mais tarde. Fiquei, ainda, algum tempo observando ele trabalhar, lindo como sempre!

Depois, saí para observar a cidade e procurar quem ainda precisava de ajuda depois da tempestade. Cheguei a um templo de Lena e vi que muitas pessoas padeciam com os efeitos da Tormenta. Os curativos precisavam ser trocados, usei também algumas escamas de peixe sobre as queimaduras de ácido, conversei com os doentes e tentei acalmá-los. Passei a tarde inteira ali apoiando as clérigas de Lena.

Fiz algumas compras que seriam essenciais para a próxima missão e fui para a casa do Goro, já ao anoitecer. Jantamos juntos e fiquei encantada com tudo o que ele me contou sobre a reconstrução da loja. Eu olhava para ele com ar de sonhadora, me esquecendo de todos os problemas e só me concentrando no quanto ele estava feliz.

Golens, trolls, ameaças… Quem se importa com isso quando pode se perder em uma noite de carinho? Mais uma vez, eu abri mão de dormir nos ermos para estar com meu namorado, cuidando dele e da Noah, como não havia imaginado que faria um dia. Apenas me lembrava de todo amor que minha mãe adotiva, Silena, dedicava a todos nós em casa.

Foi uma noite gloriosa. A manhã era doce como a primavera e era como se Thyatis tivesse dado a nós mais uma chance de ser feliz, apesar de toda a dor que a Tempestade Rubra nos causou. Goro estava feliz de poder voltar às obras da loja e eu estava feliz por ele. Me sentia renovada também para voltar ao trabalho. Sabia que seria difícil quando chegássemos ao quarto andar, talvez até mais do que os anteriores, mas estava disposta.

Depois do almoço, os Desafiantes nos encontramos novamente para voltar às Minas Heldret. Andando pela cidade, encontramos uma pessoa que nos parou para falar que estávamos carregando muito peso, por dentro e por fora, um discípulo de Mãos Vazias. Eu disse que estava ótima, apesar de ele achar que eu fosse uma clériga. Disse que minha aura se confundia um pouco.

Maridis, o Monge de Mãos Vazias

Ele tentou mostrar a Stefan que confiar em armas era furada. Mas como o inventor é exibido, ele fez questão de mostrar a arma. O tal discípulo, monge, ou sei lá o que era, simplesmente, pegou a arma do kliren e saiu correndo, fugindo da vista. Eu fiquei perdida sobre o que estava acontecendo, só vi Stefan e Kroll correndo atrás do ladrãozinho.

Edward puxou um baralho e chamou Toshinori para jogar na praça. Estávamos muito interessados, obviamente, no sucesso de Stefan caçando sua arma. Aproveitei também para arrumar algumas coisas na bolsa que joguei correndo dentro dela antes de sair de casa. Brinquei um pouco com a Noah, ensinei alguns truques a ela, tudo enquanto esperava os meninos retornarem, com ou sem arma do Stefan.

Alguns minutos depois, Kroll voltou sorrindo e Stefan, arfando, com a arma na mão. Eles conseguiram, então. “Prontos?” – eu perguntei. Continuamos nosso caminho. Começamos a descer naquele elevador, nos lembramos de encontrar o K no terceiro andar, e continuamos descendo, sentindo o silêncio das Minas nos amassar.

Chegando ao quarto andar, nos deparamos com um corredor dividido por um grande buraco no chão. Não sabíamos a profundidade, mas pudemos ver alguns ossos do outro lado e eu esperava que aquilo não fosse um prenúncio do que poderia acontecer com a gente ali.


Assista ao vídeo sobre essa parte da história no canal do Qual é a do RPG?https://youtu.be/6nAMKTAR8qc

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Até breve!

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